A Bíblia e a educação dos
filhos
Deuteronômio 6:1-8 “1 Estes, pois, são os mandamentos, os
estatutos e os juízos que mandou o SENHOR vosso Deus para ensinar-vos, para que
os cumprísseis na terra a que passais a possuir; 2 Para que temas ao SENHOR teu
Deus, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos, que eu te ordeno, tu, e
teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida, e que teus dias
sejam prolongados. 3 Ouve, pois, ó Israel, e atenta em os guardares, para que
bem te suceda, e muito te multipliques, como te disse o SENHOR Deus de teus
pais, na terra que mana leite e mel. 4 Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o
único SENHOR. 5 Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de
toda a tua alma, e de todas as tuas forças. 6 E estas palavras, que hoje te
ordeno, estarão no teu coração; 7 E as ensinarás a teus filhos e delas falarás
assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. 8
Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus
olhos.”
É comum hoje vermos muitos pais desorientados quanto
à educação de seus filhos. A maioria se vê perdida diante de uma filosofia que
propõe uma educação mais aberta. O que fazer?
Como educar os filhos de maneira que não sejam reprimidos sem, no
entanto, deixá-los sem correção?
Apesar de não existir uma fórmula mágica para criar filhos, a Bíblia Sagrada, em situações como essa, tem um padrão equilibrado de instruções quanto à criação de filhos. Vejamos.
I
- EDUCANDO ATRAVÉS DO EXEMPLO - I Timóteo 4:12 “12
Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no
trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza.”
Quando a Bíblia nos convida a sermos bons cristãos,
ela estampa diante de nós o grande exemplo de vida de Jesus. Seus ensinos foram
eficazes na formação do caráter de seus seguidores porque ele vivia aquilo que
ensinava. Devido à manifestação dessas qualidades na vida dos discípulos, em
Antioquia eles foram chamados, pela primeira vez, de cristãos. Atos 11:26 “26 E sucedeu
que todo um ano se reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gente; e em
Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.” – cristão = parecido e semelhante a Cristo.
Muitos casais frustram-se na educação de seus filhos
por causa de suas próprias incoerências. O conflito entre o que é ensinado, e, o
que é, de fato, praticado leva os filhos a rejeitar, ainda que
inconscientemente, suas técnicas educacionais. A falta de exemplo no
ensinamento faz com que os pais percam a autoridade sobre seus filhos e, muitas
vezes, provoca neles a ira. Efésios 6:4 “4 E
vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e
admoestação do Senhor.”
Somente as atitudes de pais fiéis, norteadas pelo
Espírito Santo, podem ser base sólida, que permitam educação exemplar,
influenciando a conduta de seus filhos.
II -
EDUCANDO COM DISCIPLINA
Numa sociedade tão liberal e permissiva como a
nossa, a palavra disciplina não soa tão bem. Afinal de contas, segundo o que se
prega hoje fora da igreja, todos são livres para fazer o que desejam, e ninguém
pode impor limites à liberdade alheia, ainda que isso signifique libertinagem.
Tal conceito tem atingido em cheio os lares, ora são pais que têm medo de
insistir com seus filhos; ora são filhos que desconhecem limites.
Essa maneira de educar, no entanto, tem feito
psicólogos e orientadores refletirem, baseados nos resultados obtidos. E alguns
deles reconhecem que a disciplina é necessária. Para viver em um clima de
segurança, a criança precisa também de regras.
1. O que a Bíblia nos ensina
sobre a disciplina de filhos?
a)
Disciplina significa treinamento para agir de acordo com regras estabelecidas, Pv. 22:15 “A insensatez está ligada ao coração da criança, mas
a vara da disciplina a livrará dela”. Insensatez é falta de discernimento ou juízo. A moderna psicologia das crianças começa com a idéia
de que seres humanos são, basicamente, bons, daí a tarefa dos pais e da
sociedade é procurar desenvolver aquela inerente bondade. A Bíblia começa com a
idéia de que os seres humanos têm a natureza pecaminosa e pretende trazê-los à
conversão e regeneração pelas ferramentas de convicção, arrependimento e fé
através da instrumentalidade da Lei de Deus e do Evangelho de Jesus Cristo, e
[trazê-los] para o crescimento espiritual por intermédio de ferramentas tais
como comunhão, entrega, obediência, e santidade (separação). A PRIMEIRA RAZÃO
DE DISCIPLINA É A NATUREZA DA CRIANÇA. Os filhos precisam aprender que em todos os
segmentos existem regras, normas, horários que devem ser cumpridos;
b)
Disciplina significa correção. Provérbios 3:12 “ Porque o SENHOR repreende aquele
a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem.” O texto de Apocalipse 3:19 “19 Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê
pois zeloso, e arrepende-te”, mostra o relacionamento de Jesus com uma
igreja rebelde. Mas, apesar de ser rebelde, Ele a amava e, por isso, a
corrigia;
c)
Disciplina significa imposição de limites, Provérbios
25:28 “28
Como a cidade derrubada, sem muro, assim é o homem que não pode conter o seu
espírito”. Qualquer liberdade sem
limite é prejudicial. É preciso que se estabeleçam limites, e que estes sejam
reconhecidos por todos.
d)
Disciplina tem resultados positivos. A correta e firme disciplina trará sabedoria
aos filhos, descanso aos pais, Provérbios
29:15,17 “15 A vara e a repreensão dão sabedoria, mas a
criança entregue a si mesma, envergonha a sua mãe. 17 Castiga o teu filho, e te
dará descanso; e dará delícias à tua alma., e livrará do inferno,” Provérbios
23:13-15 “13 Não retires a disciplina da criança; pois se a fustigares com
a vara, nem por isso morrerá. 14 Tu a fustigarás com a vara, e livrarás a sua
alma do inferno. 15 Filho meu, se o teu coração for sábio, alegrar-se-á o meu
coração, sim, o meu próprio.” Provérbios
22:6 “6 Educa a criança no caminho em que deve andar; e
até quando envelhecer não se desviará dele”. A promessa de Deus em Provérbios 22:6 é que a criança
treinada não irá se desviar deste treinamento nem deste caminho certo, mesmo
quando ele for velho. Isto não significa que uma criança treinada jamais se
rebelará contra sua formação e nunca se extraviará. Mas significa que se ela se
rebelar ela irá se arrepender e voltará à sabedoria, “quando ele for velho.”
Também não significa que cada criança treinada será uma fervorosa serva de
Cristo, pois sabemos que o nosso nível de dedicação a Cristo é uma questão de
escolha pessoal. Mas estamos certos de que este versículo significa que a
criança treinada não será uma reprovada e, na verdade, não se desviará de uma
vez por todas da fé e do viver Deus em Jesus Cristo. Provérbios
23:14 “Tu a
fustigarás com a vara, e livrarás a sua alma do inferno.”
. 2. O mau
uso da disciplina
Não se pode usar a disciplina incorretamente porque
os prejuízos serão terríveis. Quando os pais dão ordens aos filhos e não
esclarecem suas razões, quando são incoerentes, exagerados; quando agridem,
espancam os filhos, estão sempre em discórdia e disciplinam os filhos sem
motivo, esse mau uso da disciplina poderá vir a formar filhos desrespeitosos e
revoltados. Muitos pais poupam a varinha,
substituindo o disciplinar com ela por psicológicos truques de manipulação. O
motivo certo é o desejo de treinar o filho, para que ele caminhe no caminho
certo, e o espírito certo é o amor. Se o motivo ou espírito é raiva ou vingança
ou ódio ou ciúme ou frustração ou o desejo de causar danos ou qualquer coisa da
carne, a varinha pode causar mais danos do que benefícios.
III
- EDUCANDO FILHOS PARA DEUS
A boa educação e instrução do lar, resultará no
aperfeiçoamento do caráter dos filhos, no relacionamento sadio da família, num
grande benefício para a sociedade como um todo. Mas o grande objetivo é levar a
família a Deus, Josué 24:15 “15 Porém, se vos parece mal aos vossos olhos
servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram
vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra
habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR.” Por isso, os alvos dos pais devem ser
coerentes com os alvos de Deus. COMO DEVE SER O AGIR DOS PAIS:
a) Levam
seus filhos à casa de Deus e os apresentam ao Senhor. Ana, preocupada com a
crise ministerial de seus dias, e pelo fato de não ter condições de gerar
filhos, orou insistentemente ao Senhor, I Samuel
1:11 “11 E
fez um voto, dizendo: SENHOR dos Exércitos! Se benignamente atentares para a
aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva não te esqueceres,
mas à tua serva deres um filho homem, ao SENHOR o darei todos os dias da sua
vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha.”
Quando seu filho, Samuel, nasceu, foi rapidamente
apresentado a Deus em cumprimento do voto feito por sua mãe, e tornou-se um dos
maiores vultos da Bíblia Sagrada, I Samuel
1:26-28 “26 E
disse ela: Ah, meu senhor, viva a tua alma, meu SENHOR; eu sou aquela mulher
que aqui esteve contigo, para orar ao SENHOR. 27 Por este menino orava eu; e o
SENHOR atendeu à minha petição, que eu lhe tinha feito. 28 Por isso também ao
SENHOR eu o entreguei, por todos os dias que viver, pois ao SENHOR foi pedido.E
adorou ali ao SENHOR.” Assim
também, José e Maria fizeram com Jesus circuncidando e consagrando o menino (Lc.
2: 21-24), conforme a prescrição da Lei, Lv. 12: 6-8 e Êx. 13:2.
b)
Ensinam aos filhos a Palavra de Deus, Deuteronômio
6:6-7
“6 E estas palavras, que hoje te ordeno,
estarão no teu coração; 7 E as ensinarás a teus filhos e delas falarás
assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Deuteronômio
32:46 “46 Disse-lhes: Aplicai o vosso coração a todas as palavras que hoje
testifico entre vós, para que as recomendeis a vossos filhos, para que tenham
cuidado de cumprir todas as palavras desta lei.” Para que o ensino seja eficaz é necessário
que esta Palavra esteja, primeiro, no coração dos pais, v 6. Esse ensino deve
ser contínuo, v.7 A Palavra deve ser
ensinada dentro de casa, nas caminhadas, nas viagens, na hora de deitar-se e de
levantar-se. No v.46 se os pais não se aplicam a conhecer e a cumprir a Palavra
de Deus, como vão recomendar aos seus filhos?
c)
Testemunham dos feitos de Deus, Salmos 78:4-7 “4 Não os encobriremos aos seus filhos,
mostrando à geração futura os louvores do SENHOR, assim como a sua força e as
maravilhas que fez. 5 Porque ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e pôs uma
lei em Israel, a qual deu aos nossos pais para que a fizessem conhecer a seus
filhos; 6 Para que a geração vindoura a soubesse, os filhos que nascessem, os
quais se levantassem e a contassem a seus filhos; 7 Para que pusessem em Deus a
sua esperança, e se não esquecessem das obras de Deus, mas guardassem os seus
mandamentos.” Falar
daquilo que Deus tem feito é uma maneira de estimular os filhos a crer no
grande poder de Deus.
d) Após o sábio pai e
a sábia mãe terem feito o seu melhor para treinar o filho no caminho que ele
deve seguir, a confiança deles não está no treinamento que deram, sabendo que
é, certamente, imperfeito, mas a confiança deles está no Deus de misericórdia e
graça, que opera todas as coisas, tomadas conjuntamente, para o bem daqueles
que amam a Deus e que foram chamados segundo o Seu propósito. Romanos
8:28 “28
E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que
amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”.
Cabe
aos pais a disciplina. Não aos avôs, tias, tios, professoras, professores,
amigos. Como pais, nós não podemos e não devemos jamais fingir que não estamos
presentes, nem deixar que o protecionismo, geralmente dos avós, seja um
empecilho na disciplina dos filhos.
FILHOS ADOLESCENTES:
Os sentimentos que
envolvem um adolescente quando este é pego em alguma falta, invariavelmente se
traduz em:
- Sentimento de culpa na consciência. Sentem que fazem algo errado, e, pelo ensino dos pais pela Palavra de Deus, vai operar no íntimo e será potencializada pela ação do Espírito Santo.
- Um sentimento de dor
na alma é produzido. A disciplina funciona como um remédio para retirar tal
sentimento, trazendo alívio e libertação.
- O adolescente espera
ser disciplinado quando faz algo errado. É parte da ordem divina para a
formação dos filhos. A disciplina é uma ferramenta para tratar com o jovem
cristão ajudando-o afirmar sua consciência e a agir com resolução frente às
inevitáveis pressões e influências externas.
- O processo
disciplinar na adolescência com vara, será vergonha para eles, portanto, mais
fácil é que se façam concessões em algo que pode sensibilizá-los face à sua
rebeldia.
É importante que os pais atentem para determinadas diretrizes no trato com os filhos:
- Empenhe-se em entender seus filhos adolescentes. Dê tratamento individualizado a cada um e com dignidade. Cada um tem personalidade pessoal e diferenciada.
- Seja pronto para
ouvir. Escute com atenção o que eles dizem e permita que concluam o que estão
expondo. Mantenha a comunicação aberta. O silêncio (nesse caso) é veneno se
prolongado por muito tempo.
- Respeito,
consideração e orientação adequados é a chave para um bom relacionamento.
- Criticar é fácil e
rápido - elogiar é um esforço monstruoso. Estimule os filhos quando agirem bem.
Elogie-os pelos seus esforços e vitórias.
- Atenção redobrada ao
corrigi-los, para não usar de palavras que firam sua dignidade.
- O que vivemos fala mais
alto do que o que falamos. É fundamental dar exemplo de conduta.
É comum a tendência
dos filhos seguir os passos dos pais. (Tanto no lado positivo, quanto
negativo).
- Conforme os filhos
"perguntam" abordem assuntos delicados e específicos. Um bom
ensinamento e a confiança nos pais pode ajudar a evitar muitos dissabores
futuros.
Pais, procurem evitar:
- Não entendê-los nem valorizá-los face a mudanças que estão ocorrendo em suas vidas. Procurem fazer ajustes diante das necessidades.
- Não se impacientem a
ponto de não permitirem raciocinar sobre eventuais problemas ou situações.
- Nossos filhos NUNCA serão como nós, portanto, devemos evitar exigir que sejam o que nós queremos. Em lugar disso, reconheçamos suas próprias razões ou desejos íntimos e particulares e com a graça de Deus os ensinemos o caminho em que devem andar.
- Nossos filhos NUNCA serão como nós, portanto, devemos evitar exigir que sejam o que nós queremos. Em lugar disso, reconheçamos suas próprias razões ou desejos íntimos e particulares e com a graça de Deus os ensinemos o caminho em que devem andar.
- Não deixem para
disciplinar quando for tarde demais. A disciplina se inicia quando criança.
Vergar um raminho é mais fácil do que um tronco.
- Não fale apenas com
os filhos. Devemos ouvi-los também.
- Evitem os extremos.
Uns tolhem por completo a vida dos filhos, enquanto outros não impõe nenhum
limite.
Finalizando:
Nossos filhos NÃO são nossos. São herança do Senhor (Sl 127:3) para cuidarmos por um tempo, depois, eles seguirão seus caminhos. Se certo ou errado será entre eles e Deus. O que fará a diferença é se os ensinamos como o Senhor nos orienta na Palavra. Se assim procedemos, não devemos nos questionar ou lamentar, afinal, eles são indivíduos completos, até mesmo nas decisões tomadas. Assim podemos desempenhar nossa tarefa com eficiência e fé, contanto que a presença do Senhor e Sua benção acompanhem-nos e a nossa família.
Provérbios 1:8 “Filho
meu, ouve a instrução de teu pai, e não deixes o ensinamento de tua mãe,”
Provérbios 4:3 “Porque
eu era filho tenro na companhia de meu pai, e único diante de minha mãe.”
Provérbios 6:20 “Filho
meu, guarda o mandamento de teu pai, e não deixes a lei da tua mãe;”
Provérbios 10:1 “PROVÉRBIOS
de Salomão: O filho sábio alegra a seu pai, mas o filho insensato é a tristeza
de sua mãe.”
Provérbios
13:1 “O FILHO sábio atende à instrução do pai; mas o escarnecedor não ouve a
repreensão.”
Provérbios 15:20 “O
filho sábio alegra seu pai, mas o homem insensato despreza a sua mãe.”
Provérbios 17:25 “O
filho insensato é tristeza para seu pai, e amargura para aquela que o deu à
luz.”
Provérbios 19:13 “O filho
insensato é uma desgraça para o pai, e um gotejar contínuo as contendas da
mulher.”
Provérbios 19:26 “O que
aflige o seu pai, ou manda embora sua mãe, é filho que traz vergonha e
desonra.”
Provérbios 28:7 “O que
guarda a lei é filho sábio, mas o companheiro dos desregrados envergonha a seu
pai.”